7 de set. de 2008

Baile funk

Impagável colaboração de nossa amiga Crau, Rainha das Bruxas!


Bom, vamos ao que interessa!!! Nessa era de blogs e tudo mais,vale a pena trazer a baila alguma coisa culta, que sempre vive oculta.
E em tempos onde cachorras das mais diversas raças e frutas os mais variados tamanhos povoam o imaginário masculino (...não dos cafas claro... eles são os cultos) descobri recentemente como o ilustre Aluísio Azevedo descreveria um baile funk, se caso pudesse presenciar tão abominável espetáculo:

" ...ela saltou em meio a roda,com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite em que não se toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse a vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo e subindo sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra tintilando..." (O Cortiço)

Fala!!! Isso em 1875...

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